Estado permanente de engajamento
Março de 2021 entrou para a história como o mês em que o Brasil foi apresentado à face mais letal da pandemia.
Dia após dia, os números de infecções e óbitos aumentam. Cidades fechadas e hospitais sem vaga emolduram um cenário de horror.
E como pessoas e marcas que impulsionam causas têm lidado com isso?
É sabido que, por causa do cansaço generalizado e de outras tantas coisas juntas, empatia e solidariedade já não são mais tão aderentes como eram em 2020.
Essa perda de fôlego fez cair drasticamente as doações, por exemplo.
Na mídia tradicional e nas redes sociais, elos importantes das chamadas correntes do bem foram quebrados.
Qual o lugar da publicidade engajada?
Ela não é mais tão frequente no horário nobre e perdeu-se ali nos fios do Twitter.
O storytelling que costumava emocionar está hoje, infelizmente, espremido entre mensagens previsíveis e anúncios clássicos que parecem – como se diz no futebol – apenas cumprir tabela.
Manter de pé campanhas de ajuda e amparar quem mais precisa é mesmo um desafio quando todo mundo parece estar carente de alguma coisa.
Especialmente no Brasil, onde os abismos que separam uns dos outros são muito profundos.
Diante dessa realidade, só pra deixar claro: quem precisa e tem pressa não está de ‘mimimi’. É real. A desigualdade nunca foi tão visível.
A hora exige esforço e doses extras de comprometimento social.
Quem pensa a estratégia ou executa a política de comunicação tem de se sentir incomodado caso (ainda) não esteja fazendo algo.
Sob qualquer ponto de vista, o contexto é grave.
E para piorar, a capacidade de o brasileiro se enxergar no outro não é mais a mesma de antes.