Dê uma chance aos novos formatos, mas seja seletivo
Quando o assunto é conteúdo, muita gente está saturada – não sem razão – porque a carga passou da conta. Isso sem falar na frequência que incomoda e na intensidade que, com certeza, cansa.
De acordo com o Relatório Digital 2020, as pessoas gastam em média 2h30 por dia nas redes. Somado a isso, sabemos que três em cada quatro brasileiros (cerca de 134 milhões de pessoas) acessam a internet, conforme apontam dados da pesquisa TIC Domicílios 2019 (leia)
Se não bastasse a imersão digital que vivíamos pré-pandemia, o isolamento social escancarou o portal. Como se não houvesse amanhã, quase todo mundo criou novas fronteiras para ativar mais e mais públicos. Do dia para a noite, testemunhamos um boom. A comunicação cada vez mais presente parecia ser a única fonte possível de trabalho, entretenimento, informação.
No streaming, as músicas preferidas passaram a concorrer com aquela trilha imensa de podcasts. Já o e-mail vive abarrotado de newsletters. Entre um site e outro, você ainda tropeça em ebooks, webinars, lives e enquetes. Sem falar no pisca pisca do WhatsApp com notícias, áudios e memes.
O receptor disso tudo é quem está na ponta sendo bombardeado diariamente. Mesmo que a pessoa busque ativamente conteúdos, ela não consegue absorver o excesso de tudo que passou a ser produzido.
Por isso, é importante saber filtrar quais são as informações do seu interesse. Algumas perguntas importantes a serem feitas são:
- Este conteúdo tem relevância para mim?
- Se sim, em qual área da minha vida ele se encaixa?
- Qual é a conclusão deste material que estou consumindo?
- Me sinto confortável ou sobrecarregado com tudo isso?
Não há solução mágica para o excesso, porém sairá do outro lado aquele que melhor exercitar o saudável e necessário hábito de selecionar. Você não precisa não consumir. Você precisa compreender e escolher quais formatos melhor atendem a sua demanda. Na prática, isso significa uma dose de autoconhecimento e mais curadoria.
Em parte, a responsabilidade é também das empresas que trabalham com comunicação de produzirem conteúdos mais assertivos e atuarem como curadores do excesso externo. O legal não é mais o mainstream. Quanto mais específico você for, melhor!
Os novos formatos precisam ser trabalhados para atender necessidades mais personalizadas e pautadas nos interesses de quem está na ponta recebendo tudo isso, além de oferecer o melhor em cada canal de comunicação – seja um podcast, uma newsletter, informativos pelo whatsapp, entre outros.